Em 2008, por ocasião das comemorações - e nós brasileiros gostamos muito disso - da chegada da família real portuguesa ao Brasil duzentos anos antes, foi lançado no Brasil e em Portugal o Livro 1808 de Laurentino Gomes.
Comprei o livro em Lisboa na época do lançamento e me deliciei com a maneira que a história é fluidamente contada. É um trabalho de investigação jornalística de muitos anos que resulta num retrato da importância da vinda da corte portuguesa ao Brasil que jamais tive noção. Para além do que se podia saber nos livros de história nas escolas durante o período de regime militar em nosso país, penso que o mais próximo que chegamos a saber dessa época foi de maneira alegórica e superficial mostrada pela Rede Globo na divertida mini série "O Quinto dos Infernos". O livro desvenda a origem do nosso jeitinho brasileiro e conta "como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil". Em Portugal foi publicado formato normal e em formato para crianças. Muito recomendo! |
Daí comprei o livro seguinte, 1822, também em Portugal este ano durante a Semana da Independência do Brasil e já sabendo que deve vir por aí um terceiro falando sobre a queda da monarquia brasileira e início da república. Desta vez Laurentino conta "como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para não resultar". Lendo este livro fico com a convicção de que somos realmente frutos de milagre, sangue e patriotismo. Eu como santista logo crio um apego pelo livro que descreve um conterrâneo meu como um sábio (José Bonifácio). Sim, porque gostamos de saber que alguém de nossa cidade, apesar de não ser uma unanimidade, em colaboração com a princesa Leopoldina demonstra ao príncipe regente que não havia como voltar a ser colônia de Portugal. Em Santos há uma avenida no bairro onde mora minha mãe (Embaré) chamada Almirante Cochrane - mais conhecida como Canal 5. Esse era o nome do tal "escocês louco por dinheiro". Temos também uma rua no mesmo bairro chamada Benjamin Constant. Seria o pensador francês que nunca pisou no Brasil e cujas teorias contribuiram para a nossa Primeira Constituição, ou seria o militar positivista que participou do primeiro ministério republicano? Podia bem haver, se já não há, um livro com a história sobre o nome das ruas e bairros de Santos. Uma autora para a obra: Profª Drª Wilma Therezinha Fernandes de Andrade. Não sabe quem é? Dá um Google e se surpreenda com esta mestra enquanto a temos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe-me saber um pouco do que você achou deste post. Seus comentários e sugestões são sempre entendidos como uma generosa doação do seu tempo. Obrigada!