Mosaico de Pintores(as) do Mundo: BC Jô Turquezza

A Jô Turquezza do blog Turquezza Variedade, inspirada por uma brincadeira feita no Facebook pela Anne Lieri dos blogs Asas dos Versos e Reversos e Menina Voadora, realiza uma blogagem coletiva com o objetivo de tornar mais belo o mundo virtual. Para isto, a Jô está promovendo esta BC com o título “Mosaico de Pintores(as) pelo Mundo”. A primeira postagem que vi sobre esta proposta foi através do blog Mattiva da querida Sonia Tolfo e achei bem interessante.

Então decidi participar apresentando dois pintores extraordinários e reconhecidos no país onde vivo: Vieira da Silva e Malangatana. Mencionarei o percurso de vida deles, pois a sua obra fala por si.

O quadro acima é de Vieira da Silva. Maria Helena Vieira da Silva nasceu em Lisboa no dia de Santo Antonio no ano de 1908, num Portugal ainda reino prestes a ser derrubado pela república. Estuda Belas Artes em Lisboa e tem aulas de anatomia na Escola de Medicina para suas esculturas. Com o país vivendo uma convulsão política-econômica e ainda ingressando na I Guerra Mundial, ela e sua mãe partem para Paris onde frequenta a Academia La Grand Chaumière e o atelier de Bourdelle.

Em Paris encontraria o pintor húngaro judeu Arpad Szenes com quem viria a casar-se. Estoura a II Guerra Mundial e ambos vão para Lisboa onde têm um atelier. Porém sua nacionalidade é cassada pelo governo salazarista por ser casada com um húngaro “potencialmente comunista”. Tristes, viajam para o Brasil e fixam-se no Rio de Janeiro onde, na época, a moda era a pintura figurativa e a arte abstrata, à princípio, não é bem aceita. Assim Szenes pinta retratos e dá aulas, e Vieira da Silva pinta azulejos e objetos em cerâmica para sobreviver. Entram em contato e influenciam alguns artistas modernistas brasileiros. Faz amizade com Scliar, Djanira, Cecília Meireles de quem faz um retrato.

Alguns anos após o fim da guerra, voltam a Paris já num momento em que sua arte é reconhecida e faz várias exposições. Em recebe a cidadania francesa, é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts, o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, o grau de Comendador, grau de Oficial da Legião de Honra, além de receber várias encomendas do estado francês. Com o fim do regime político de Salazar, retornam a Portugal para expor, e a convite do governo português, ela cria um painel em azulejos que faz parte da decoração da estação do metrô Cidade Universitária.

Morre em Paris em março de 1992. Dois anos antes foi criada em Lisboa a Fundação Vieira da Silva-Arpad Szenes. 

Em 2013 uma cratera em Mercúrio recebeu seu nome, dado pela União Astronômica Internacional.

Fontes para elaborar o texto acima: Vidas Lusófonas e Wikipedia.

O segundo pintor, o moçambicano  Malangatana, é autor do quadro acima. “…Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de junho de 1936 em Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene, às portas da então Lourenço Marques, hoje Maputo. Foi pastor, aprendiz de curandeiro (tinha uma tia curandeira) e mainato (empregado doméstico)…” 

Além de pintor foi poeta. Enveredou também pela arte da dança, da cerâmica, da escultura, da gravura e tapeçaria. Promoveu festivais, foi filantropo e ainda foi deputado pela FRELIMO, partido este no poder desde a independência de Moçambique. Um dos criadores do Museu Nacional de Artes de Moçambique. Sempre ligada a causas sociais, era colaborador da UNICEF.

Suas obras viajaram através de exposições no continente europeu, africano, asiático e nas américas. A UNESCO o nomeou como o “Artista da Paz” recebendo o prêmio Príncipe Claus.

Portugal o concedeu a medalha de Grande-Oficial da Ordem Infante Dom Henrique, além do título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora.

Do governo francês lhe foi atribuida a condecoração de Comendador das Artes e Letras, como também fora a pintora Vieira da Silva.

No ano de 2011 “…em Portugal morreria também o pastor, mainato e pintor. Malangatana. Valente.”

Fontes para elaborar o texto acima: Jornal SOL e Wikipedia.

O mosaico para postagem lá no blog da Jô Turquezza estará aberto até o dia 28 de fevereiro. Para participar e também para conhecer mais pintores(as) que desta blogagem coletiva fazem parte, é só clicar na imagem abaixo.