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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Overbooking, my @$$!

Quando eu menciono na bio do blog que vivo em eterna ponte aérea GRU-LIS não é força de expressão, é força de emoção de ser esposa e ser filha única.
Daí que você, pra acelerar os procedimentos vai até o site da companhia aérea TAP (a VARIG já "elvis" e TAM mamãe tem medo) para comprar as passagens, evitando de perder tempo em ir a loja ou ao balcão no aeroporto dessa companhia.

Depois de todas as etapas, você compra as passagens porque o site te avisa que faltam poucos lugares para aquele vôo. Recebe um e-mail como "reserva" e informa que você tem de validar a passagem. Hellooo?!?! Ok, você liga para o Call Center e te dizem que para isso tem de levar a "reserva" e o meu cartão de crédito a um balcão da TAP. Então para que tem venda pelo site??? Mas até aí, manda quem pode e obedece quem tem juízo. Feito isso,  ainda ligo para confirmar a viagem. Recebo e-mail com a "confirmação". Verifico no site no dia da  viagem se não está cancelada por causa do caos nos aeroportos europeus. Beleza, nada consta.

Aí a criatura enfrenta a parte mais chata, que é quando se despede do marido em plena época de festas (alguém na casa tem de trabalhar!) e ruma para o balcão para fazer o check-in. Já nota uma garota agitada e irritada com algo que uma funcionária lhe diz. Chega a minha vez. A funcionária lê a confirmação de passagem, olha meu passaporte, cartão de residência, pede para euzinha colocar a mala na esteira e diz: "como eu dizia a outra passageira (hã?) temos de aguardar de 15 a 20 minutos após o fechamento do check-in para sabermos se poderá embarcar". Ah, sim, claro. Pedi que ela repetisse o que havia dito. Tava surreal demais. Pronto, agora já posso morrer feliz (not!) porque tenho o direito de ostentar uma camiseta com a frase "Overbooking: já aconteceu comigo!"

O vôo estava previsto para decolar às 23h35 do dia 21/12 de Lisboa. O embarque estava também previsto para acontecer às 22h35. Eram 22h40 e ainda eu e mais uma dezena de pessoas não sabíamos se já estava previsto que estivéssemos na aeronave no momento da decolagem.
Eu desesperada, choramingando, telefonando para o marido. A garota que mencionei, falava com os pais no Brasil pelo celular e passava o aparelho para uma funcionária, que para desanuviar a situação até conseguiu nos fazer rir com sua imitação de sotaque brasileiro.

Cinco minutos depois, estava colocando a mala na esteira novamente, mas dessa vez recebendo o ticket de embarque e da mala, e correndo para chegar a tempo para o portão 43, que é onde Judas perdeu as meias pois as botas foi no portão 27.

Passa pela máquina, tira casaco, cachecol, cinto. Corre pela escada rolante e chega nos guichês do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), onde o #cerumano de um funcionário ao verificar minha autorização de residência, solta esta pérola: "ah! mais uma que para morar aqui se casa com um  Tuga". Sério, nem uso calça comprida da Gang nem topzinho da PokoPano. Se não tivesse tão desesperada para viajar, eu ia soltar um como é que é? e ia rolar uma desinteligência bacana.

Isso tudo para chegar no salão de embarque, encontrar uma fila digna da Muralha da China. Muita confusão ainda rolando com passageiros. Uma senhora comprou passagem na classe executiva, estava com a passagem expedida e não sabia se poderia entrar no avião.

O avião decola às 00h35, já na madrugada do dia 22/12. Viagem delícia com um recém nascido chorando desesperadamente a minha frente. Chegada em Guarulhos às 08h35 e aguardando na pista, porque o gate estava ocupado com outro avião. Problema sanado, começa a corrida maluca para sair do avião e passar pelos procedimentos legais antes de pegar a mala, que ocorreu às 09h45.

Alívio? Não, porque me assustei com um caracol de fila para entregar o formulário de bens de nada a declarar da Polícia Federal. Do lado de fora havia uma multidão aguardando a chegada nesta mesma manhã dos nadadores que estiveram em Dubai, participando gloriosamente no Mundial de Piscina Curta. Mas oh, só soube o motivo do tumulto no saguão quando cheguei em casa.
Às 9h55 consegui chegar no ônibus da Translitoral que partia às 10h00.
Muito trânsito em São Paulo, neblina na estrada e três horas depois cheguei em Santos, e perto das 13h30 estava chegando na casa da mamãe. Uffa!


Depois não sei se continuo emputecida pelo transtorno e desrespeito ao consumidor e a cidadã brasileira, ou dou graças a Deus por ter chegado ao Brasil um dia antes da greve dos aeroviários.

Penso que falta investimento na questão aeroviária e também de uma boa concorrência. Tenho saudade da Estrela Brasileira, sim. E abaixo coloco o vídeo com a música de Natal da falecida Varig. Neste, a empresa que já voava pelo mundo inteiro e funcionava como uma espécie de relações estrangeiras, a primeira frase foi modificada para Estrela das Américas.
Deliciem-se com o vídeo enquanto eu vou ali afogar minha raiva num copo de Guaraná bem geladinho.

2 comentários:

  1. Nossa, que bom que vc chegou sã e salva. Mas é cansativo, né!
    Querida, agora relaxa e aproveita a família, AI, QUEM ME DERA ESTAR AÍ COM MINHA MAEZINHA.
    Feliz Natal pra vc!

    Iram

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  2. Vixi, que odisséia! E que desrespeito. Quando eu digo que a Europa não é assim tão europeia o povo não entende.
    Sabe, quando eu penso que talvez um dia role casamento entre eu e meu Rui fico pensando que por nada desse mundo vou passar Natal longe da minha família.
    Bom ver que tem gente passando por esse drama e sobrevivendo. Hehehhe.

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