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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pierre "Fatumbi" Verger


Nasceu como Pierre Edouard Leopold Verger em Paris a 04 novembro de 1902 e morreu em Salvador a 11 de fevereiro de 1996.

Com trinta e poucos anos, após a morte da mãe, Pierre Verger torna-se um fotógrafo viajante. A partir de dezembro de 1932, são 14 anos viajando pelo mundo negociando suas fotos para empresas, jornais, centros de pesquisa e, eventualmente, trocando seu trabalho com fotografias por transporte. E em virtude de tantas andanças por três continentes (Europa, África e Américas) , torna-se  etnólogo autodidata.



Com sua máquina fotografica Rolleiflex, viaja à África Ocidental (1935-1936) e conhece a cultura iorubá, chegando em 1946 a Salvador onde aguçou seu interesse pelas raízes dos costumes locais e a relação entre a cidade brasileira e o outro lado do Atlântico, iniciando uma pesquisa sobre a cultura e a religião africanas.


Torna-se investigador da diáspora africana nas Américas. Em 1949, em Ouidah, teve acesso a um importante testemunho sobre o tráfico clandestino de escravos  entre o Golfo do Benim e a Bahia de Todos os Santos: as cartas comerciais do escravo livre José Francisco dos Santos, escritas no século XIX.


Verger se apaixonou pela Bahia lendo "Jubiabá" de Jorge Amado, de quem se torna amigo. Durante estes anos de pesquisa, foi iniciado no Candomblé após uma viagem ao Benin onde estudou o Ifá (jogo de adivinhação através de búzios). Aí, pela sua enorme pesquisa na cultura Iorubá é nomeado como Babalaô, e é batizado com o nome Fatumbi (aquele que é renascido pelo Ifá).


Em 1966 recebeu o titulo de doutor pela Academia na Universidade Sorbonne sem mesmo ter uma formação acadêmica, mas por sua formação de conhecimento da realidade. Ele se tornou professor na Universidade Federal da Bahia em 1973, onde ele era responsável pelo estabelecimento do Museu Afro-Brasileiro em Salvador, e esteve como professor visitante na Universidade de Ifé, na Nigéria.


O filme "Pierre Fatumbi Verger: Mensageiro Entre Dois Mundos", dirigido por Lula Buarque de Hollanda,  foi lançado em 1998 e posteriormente transformado em série que foi ao ar no canal a cabo GNT, tem a competente narração e apresentação de Gilberto Gil. O documentário é recheado com extenso material fotográfico e entrevistas das pessoas envolvidas com o candomblé e com Verger. Conta com os depoimentos de pesquisadores, fotógrafos e amigos como Jean Rouche, Jorge Amado, Zélia Gattai, Mãe Stella, Pai Agenor, Cid Teixeira e Milton Geran, que são mesclados com textos de Verger narrados por Gil.


O que mais chama a atenção é o que Pierre Verger morre no dia seguinte a sua entrevista. A sua vida e sua morte são assim capturadas pelas lentes e sentidas por toda produção.

As fotos que ilustram este post pertencem ao acervo da Fundação Pierre Verger.

4 comentários:

  1. Coisas interessantes que a gente não sabia.

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  2. Oi, oi. Estive sim no Mercado do Porto de Montevideo. Jantei e almocei lá. Uma dílicia! Tinha me esquecido dessa loucura dos taxistas, e na casa dos meus pais também te lareira... agora é esperar pra ver o frio que faz. Hehehe. Bjo!

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  3. Que fotos lindas !!!

    Eu amo PB, e essas são puro glamour !!

    Bjus 1000

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  4. Oi oi! Isso aqui está virando um diálogo. Heheheh.
    A série do Zeca Camargo eu ainda não tinha visto. Ouvi falar bastante, mas como eu já estava aqui em Luanda quando foi transmitida, e na época eu acordava as 4h da manhã pra trabalhar, e o Fantástico por aqui passa bem tarde, perdi. Anyway, fui lá no seu post, e adorei. Decidi pegar seu blog e ler de cabo a rabo. Ano passado estive em Granada, mas não consegui ir para Malagá. Com as dicas daqui posso planejar para esse ano. Hehehe. Bjinhos!

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