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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Jacu tá bem?

Imagem com bandeja com xícaras com café e uma lata de Jacu Bird Coffee

Este não é um publieditorial.

Calma que eu explico! A latinha da foto acima é de um café orgânico brasileiro caro pra dedéu que ganhamos de uma amiga nossa. Ela e o marido fizeram um passeio pela região de Amparo, São Paulo, e visitaram o distribuidor desta bebida.

Tá, e daí que ele é caro? O que o jacu tem com a história, afinal? Jacu é o quê? É de comer?
É assim… o jacu (do tupi yaku) é uma ave nativa da Mata Atlântica. Segundo o Dicionário Informal:

Substantivo masculino. 1. Ave galiforme da família dos cracídeos, gênero Penelope, arborícolas, que possuem garganta nua com barbela vivamente colorida, especialmente nos machos durante o período reprodutivo; alimentam-se de frutas, folhas e brotos. 2. Derivação por extensão de sentido: por causa da sua aparência desajeitada e seu comportamento que parece desnorteado, o nome da ave passou a designar pessoa desajeitada, feia, acanhada; é também sinônimo de caipira, jeca.

Dizem que sua presença é indício de boa saúde ambiental do local em que ela habita. E há uma fazenda de cultivo de café nesta região que tem uma estranha “parceria” com esta ave, onde até um tempinho atrás o jacu era considerado uma praga agrícola por consumir uma enorme quantidade de grãos de café diariamente. A ave, espertinha que é, come os melhores frutos e por ali, perto dos pés de café, ela elimina os grãos. Não, senhoras e senhores, o jacu não vomita as sementes. Ele as defeca mesmo! Após este servicinho realizado pelos jacus, a colheita dos grãos é realizada manualmente, e logo são higienizados ficando guardados (descansando dizem!) para posterior torrefação e moagem para consumo.


Este método é semelhante e inspirado no de um  animal (civeta) do sudeste asiático que dá nome ao famoso e estratosfericamente caro, raro e exótico Kopi Luwak, mostrado no filme “Antes de Partir”, estrelados por Jack Nicholson e Morgan Freeman.

Não sou provadora profissional de café, apenas gosto de café. Me alegra a alma o aroma desta bebida acabada de ser feita, fumegante na xícara aguardando por ser sorvida. Deste que ganhamos gostei do sabor e principalmente do aroma que é diferente, não sei se é da fermentação dos grãos no bucho do bicho, ou se é da própria qualidade original da planta.

De verdade não há nada que diminua também a minha preferência pelo bom e velho café Seleto. Ou mesmo bater perna no Gonzaga (Santos) e depois ir tomar um cafezinho no Floresta. Este último, há anos numa fila de loja aqui em Lisboa, encontrei um turistas brasileiros de um destes navios de cruzeiro que tinha passado por Santos e falaram da tal paradinha para o cafezinho neste local.

Por falar em cruzeiros, quem for embarcar na minha cidade e gostar de café, uma excelente dica é visitar a Bolsa Oficial do Café de Santos (Museu do Café). Prédio lindo e recuperado, abriga painéis de Benedito Calixto e seu teto ostenta uma clarabóia de vitral maravilhosa. Logo perto da entrada há uma cafeteria onde podem ser provados inúmeros tipos de cafés confeccionados de diferentes formas. Um bom divertimento localizado no centro de Santos.

BolsaCafe_Stos

8 comentários:

  1. A embalagem do teu café é linda, mas não sei se eu tomaria sabendo desta história do jacu!
    Sabe que tinha lido superficialmente sobre isto e agora pude entender melhor. Preciso arrumar um jacu para marido que adora um café.
    Gostei de saber da tua cidade natal. És santista futebol clube também?!
    Beijos

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  2. Rsrsrs
    bem, eu não tomo café. Uma bicadinha e já me falta o sono. Não posso.
    Mas o cheiro é delicioso, e dessa qualidade deve ser maravilhoso!
    Uma bela informação nos deste sobre a ave e como o café é elaborado através das sementes.
    Aqui no Brasil não comemos, (eu não que sou ovolactoveg) buchada de bode, dobradinha, língua e algumas visceras de aves? por que não um cafezinho assim, todo chic e caro do jacu?!?!
    Adorei seu post,
    bj Zizi

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  3. Assisti este filme e o modo do café era feito era feses de gato , em outro lugar não sei se é china sei lá, eles também fazem isto depois do elefante defecar o café , aqui no Brasil ainda não tinha ouvido falar , parece que está pegando esta moda.
    bjs
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  4. Luciene
    voltei
    pra dizer que são batatas chip que vem naquela embalagem.
    vou la retificar,
    bj
    Zizi

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  5. Sobre esse café, eu tinha visto uma reportagem sobre como ele é feito acho que até no SBT que passou. Não gosto de café, então não provaria...hehehe!
    Boa quinta, um abraço!

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  6. Oi, Luciene!
    Antes de mais nada, quando cliquei no link que deixou nos comentários do Luz, apareceu o resultado inexistente (404). Acontece que o acento no seu sobrenome, gerou uma url estranha. Veja: https://plus.google.com/+LucieneTen%F3rioNunes
    Acho que terá que consertar nas configurações do G+ - Não acontecia isso antes e é a segunda vez no mesmo post, primeiro com o Rogério Souza, que também tem acento no nome. Depois você confere na penúltima postagem e clica no link para ver o que se passa.
    Eu nasci com café correndo nas veias. O meu trisavó foi um dos que ajudou a construir a linha de trem que facilitaria o acesso ao porto de Santos que começava no interiorzão paulista - o que não é mais - Meu trisavó era de Guaxupé (atualmente denominada Vale do Café) e levar a carga para um lugar mais perto (Mococa), era melhor do que enfrentar um longo caminho até Santos.
    O Jacu e uma ave que adora os grãos de café e ele povoa várias partes do Brasil. Foi Henrique Sloper que começou com essa historia de aproveitar o estrume da ave, pois em um talhão podemos ver muitos jacus comendo o grão. A ave quando ingere o grão, o faz pelo sabor adocicado antes da colheita e depois secagem. O organismo da ave separa a polpa do coquinho que é descartado. Esse coquinho à primeira experiência foi juntado com os demais grãos para secagem - talvez por preguiça dos empregados para separá-los do resto - o que resultou no "jacu bird coffee" - Tudo isso não é somente marketing! Mas está funcionando...
    Na Indonésia, também tem o civeta, que é um tipo de gato que realiza o mesmo processo do Jacu. A experiência com o Jacu começou em 2006 no Espírito Santo e agora o preço do Jacu (ave) subiu no mercado negro. Os gringos compram o café como especial, mas o coquinho que sai nas fezes da ave, nada mais é do que o grão sem o mel e polpa, diminuindo o tempo de secagem do café e também o número de vezes que é preciso remexer o grão no terreiro. Se você pensar em termos práticos, diminui o tempo de horas de trabalho, portanto deveria ser mais barato. O que encarece mesmo, é o Jacu (ave) que como comentei, tem peso de ouro. Quem não é provador, poderá sentir a diferença de um café para o outro, não no primeiro gole, mas no gosto que fica. Já o provador não engole e temos que ficar a mercê de seu olfato e paladar. O que define se um café é a sua dureza - que varia de 0 a 100 - o gourmet começa a ser classificado como tal, a partir da nota 70. O Jacu tem nota a partir do 80 e chega no máximo a 86 pontos - bebida estritamente mole, o que quer dizer, sem açúcar. O Jacu come o melado do grão. Viu? Agora é só ter um Jacu para chamar de seu! (rs*)
    Boa semana!!
    Beijus,

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  7. Luciene, comigo também deu o erro falado pela LUMA, Mas sou teimosa e te achei,rs Post legal, interessante como sempre! beijos praianos, tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

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  8. Óia.... além de dica de café ainda tem dica de turismo aqui do meu ladinho. Muito aproveitar!

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